Alexandre de Moraes, ministro do STF, enviou à PGR o pedido do PT para investigação contra o ministro Tarcísio.
Tarcísio, que poderia agir com autonomia, se vê agora sob escrutínio de aliados ideológicos do governo, enquanto figuras próximas ao PT seguem blindadas. Moraes cria, assim, uma narrativa de vigilância seletiva, em que decisões que poderiam contrariar interesses do poder estabelecido são questionadas e monitoradas, mas decisões favoráveis ao sistema continuam sem questionamento.
Do ponto de vista institucional, pode-se argumentar que Moraes cumpre seu papel de supervisionar atos e garantir legalidade. Porém, na prática, a manobra evidencia um viés político: transformar a Justiça em mecanismo de controle, punir adversários e legitimar blindagens a aliados. O resultado é um Judiciário que parece servir mais à política do que à lei, reforçando a sensação de que quem desafia o establishment se expõe, enquanto o próprio sistema permanece intocado.
O efeito para o brasileiro comum é claro: decisões que deveriam ser neutras se tornam instrumentos de poder, e a percepção de imparcialidade se esfarela. Tarcísio, nesse cenário, é apenas um exemplo de como o jogo político invade o espaço da Justiça, mostrando que, no Brasil, a lei muitas vezes é maleável para aqueles que dominam o sistema.