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Moraes envia PT contra Tarcísio: Justiça ou controle político?

Alexandre de Moraes, ministro do STF, enviou à PGR o p ed ido do PT para investigação contra o ministro Tarcísio.  Embed from Getty Images M...

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Moraes envia PT contra Tarcísio: Justiça ou controle político?

Alexandre de Moraes, ministro do STF, enviou à PGR o pedido do PT para investigação contra o ministro Tarcísio. 

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Mas não parou por aí: também pediu parecer da Procuradoria sobre a atuação de Tarcísio na anistia de Bolsonaro. A jogada é estratégica e mostra como a Justiça, em mãos de alguns, se transforma em instrumento de pressão sobre adversários do sistema.

Tarcísio, que poderia agir com autonomia, se vê agora sob escrutínio de aliados ideológicos do governo, enquanto figuras próximas ao PT seguem blindadas. Moraes cria, assim, uma narrativa de vigilância seletiva, em que decisões que poderiam contrariar interesses do poder estabelecido são questionadas e monitoradas, mas decisões favoráveis ao sistema continuam sem questionamento.

Do ponto de vista institucional, pode-se argumentar que Moraes cumpre seu papel de supervisionar atos e garantir legalidade. Porém, na prática, a manobra evidencia um viés político: transformar a Justiça em mecanismo de controle, punir adversários e legitimar blindagens a aliados. O resultado é um Judiciário que parece servir mais à política do que à lei, reforçando a sensação de que quem desafia o establishment se expõe, enquanto o próprio sistema permanece intocado.

O efeito para o brasileiro comum é claro: decisões que deveriam ser neutras se tornam instrumentos de poder, e a percepção de imparcialidade se esfarela. Tarcísio, nesse cenário, é apenas um exemplo de como o jogo político invade o espaço da Justiça, mostrando que, no Brasil, a lei muitas vezes é maleável para aqueles que dominam o sistema.

Anistia do 8/1: Centrão transforma justiça em moeda de troca

 Olha o teatro de novo, meu caro. O deputado Hugo Motta sinaliza que vai pautar a urgência da anistia, mas o Centrão já deixou seu recado: só entra em campo se levar junto a tal “PEC da Blindagem”. O que isso significa? Simples: troca de favores na veia.

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Não é de hoje que a pauta da anistia dos presos de 8 de janeiro virou moeda de barganha. Se houvesse real interesse em fazer justiça — justiça de verdade, não esse tribunal de exceção montado contra manifestantes — a anistia já estaria votada e sacramentada. Mas não, virou mercadoria no balcão do Congresso. A liberdade de centenas de brasileiros hoje depende da conveniência de caciques políticos, não da verdade dos fatos.

O Centrão joga pesado: não se move por princípios, mas por autopreservação. Quer blindagem contra investigações, quer garantir foro, quer se proteger do sistema que hoje serve, mas que amanhã pode engolir qualquer um deles. Então a troca é clara: vocês dão a nossa blindagem, nós damos a anistia.

E aqui está o ponto que incomoda: nunca foi pelos presos do 8 de janeiro. Eles são apenas peça de negociação, usados como moeda para comprar a tranquilidade de deputados e senadores. O povo que acreditou estar defendendo a pátria virou escada para um jogo de poder que não liga para quem está mofando na cadeia, longe da família, enquanto criminosos de colarinho branco seguem soltos.

Olavo de Carvalho dizia que “no Brasil, tudo que parece luta de ideias é, no fundo, briga de quadrilhas por espaço no butim”. Não dá para resumir melhor o que estamos vendo. O discurso bonito da “anistia pela democracia” é só máscara para o verdadeiro negócio: autopreservação do sistema.

Portanto, a resposta é: sim, teremos troca de favores. E não, não é pelos presos do 8/1. É pelo velho instinto da classe política de salvar a própria pele.

André Mendonça blinda o “Careca do INSS”: CPMI vira teatro sem testemunha

O “terrivelmente evangélico” André Mendonça, ministro do STF indicado por Jair Bolsonaro, ratificou a decisão de que o Careca do INSS, não precisa comparecer à CPMI.

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Em outras palavras, blindagem pura. O detalhe é que isso desmonta toda aquela expectativa criada em torno da figura de Mendonça, vendido como alguém de firmeza moral, diferente da cartilha do sistema, e que, na prática, acaba servindo ao mesmo establishment que deveria vigiar.

Quando foi nomeado, Mendonça carregava a promessa de ser a voz dos valores cristãos e conservadores dentro da Corte. Muitos acreditaram que ali surgiria um contrapeso capaz de frear abusos e restabelecer equilíbrio. Mas o que se vê é um padrão já conhecido: quando o sobrenome é Lula, a lei parece ganhar novos significados. Aquilo que deveria ser um processo normal de investigação é transformado em privilégio, onde figuras próximas ao poder simplesmente não precisam dar explicações públicas.

O problema é que essa decisão vai além de um caso isolado. Ao impedir que o “Careca do INSS” pise na CPMI, Mendonça ajuda a esvaziar o próprio papel da comissão parlamentar, que deveria ser um espaço de investigação e de transparência para o povo. A CPMI, assim, perde seu sentido original e se converte em teatro, com personagens selecionados a dedo e testemunhas ausentes. O cidadão comum, que deveria assistir à verdade vir à tona, é deixado de fora, enquanto o clubinho dos poderosos fecha as cortinas.

O recado que fica é duro: a blindagem ao petismo não depende apenas do Executivo. Ela se estende ao Judiciário e mostra que a promessa de renovação nunca passou de retórica. Como bem dizia Roger Scruton, “quando a verdade é substituída pelo silêncio, o silêncio se torna uma mentira.” Pois é exatamente isso que vemos agora. O silêncio do “Careca do INSS”, legitimado como um direito, transforma-se em mais uma mentira institucional, escondendo aquilo que o Brasil precisava ouvir.

O povo precisa abrir os olhos. “Terrivelmente evangélico” no STF não significa “terrivelmente comprometido com a justiça”. Significa apenas mais uma peça adaptada ao jogo de poder, ajustada para não desestabilizar a casta política que governa o país há décadas. No fim das contas, o Careca do INSS continua blindado, a CPMI continua esvaziada e a justiça, mais uma vez, se mostra distante do brasileiro comum.